Inglês e TDAH: É Possível Aprender?

Se você tem TDAH, seja bem-vindo ao clube. Eu também tenho e hoje sou professora de inglês, trabalhando com ensino e escrita. Ou seja, é possível aprender inglês tendo TDAH.

Se você não tem e nem mesmo sabe do que estou falando, vamos para uma rápida explicação.

TDAH é a sigla para Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade. Ao contrário do que já foi dito por muitas pessoas, o TDAH não é uma doença. Ele é a forma que seu cérebro processa informações. Por esse processamento ser diferente, as pessoas que assim o fazem têm alguns problemas com foco e com afazeres cotidianos.

O TDAH é detectado na infância e, caso não acompanhado pelos responsáveis destes indivíduos nesta fase, os sintomas mais agudos do transtorno podem acompanhar essas pessoas até o período adulto com diversas consequências, como maior falta de atenção, impulsividade e inquietude. Saiba mais sobre o TDAH aqui.

Acontece que o TDAH pode atrapalhar muitos adultos em seus estudos por causa da escassez de concentração. Na área da educação, sabemos que, para reter conhecimento, são necessários foco e atenção, duas coisas que a pessoa com TDAH não tem em grandes quantidades.

Por isso é comum que indivíduos com TDAH comecem muitos cursos, mas não terminem. Com cursos de inglês não é diferente. Então, como iniciar seus estudos nesse idioma e conseguir aprender?

De TDAH para TDAH, tenho 4 dicas que me ajudam e podem te ajudar. Vem comigo!

1. Organize a sua mesa de estudos

Toda vez que for estudar, toda vez mesmo, organize sua mesa ou seu espaço de estudos. Deixe apenas aquilo que irá usar. Coloque o celular longe das suas mãos e desligue tudo aquilo que vai te atrapalhar.

Caso você precise de estímulo sonoro, tente ouvir músicas com batidas repetidas e que não sejam desanimadas. Aquelas playlists de “coffee house” são ótimas.

2. Mova-se quando precisar e puder

Sabe quando a sensação de “eu não aguento mais ficar parado” não é mais controlável? Tudo bem. Levante-se e ande. 

Vá com um pequeno caderno em mãos e uma caneta, continue anotando suas ideias. Você também pode andar com o que está lendo na mão. Você é adulto, não precisa mais ficar sentado porque seu professor mandou. Movimente-se.

O problema é quando saímos do lugar e de repente já não lembramos onde paramos ou como retomar os estudos. Por isso, estude em movimento.

Caso o seu ambiente não permita o ato de andar, troque a posição, fique em pé ou tenha alguma bolinha para estímulos motores.

3. Você não é preguiçoso

Você precisa e deve descansar. Pelo fato da nossa mente não parar um segundo e sempre precisar de estímulos, é muito comum que o cansaço apareça em momentos inoportunos.

Se durante o seu estudo você perceber que está cansado, pare e descanse. Marque a página em que parou, anote o ponto que estava estudando, e descanse. 

Você não é preguiçoso e nem mesmo está fazendo corpo mole. Mesmo aqueles poucos 15 minutos de estudo fazem diferença, acredite.

4. Transforme o seu aprendizado em algo prazeroso

A nossa necessidade por estímulos prazerosos é tanta que muitas vezes, quando não gostamos de inglês, fica quase impossível estudar. 

Desta forma, associe o idioma a alguma coisa que te deixe feliz. Pode ser um podcast de algum tema interessante, vídeos do Youtube, livros, vídeo games, etc.

Apenas não esqueça de colocar um despertador para te lembrar do término daquela atividade. Afinal, sabemos muito bem que, quando hiperfocamos em algo, podemos ficar horas e horas naquela função.

Essas dicas podem soar bem clichês, mas é um clichê que funciona muito para mim. Caso você tenha alguma outra sugestão, nos diga! 

Eu, Beatriz, ficarei particularmente muito feliz em receber mais dicas de estudos.

Se quiser mais curiosidades sobre como eu lido com o TDAH, não apenas nos estudos, clique aqui.

Eu e a Giovanna gravamos um episódio de podcast sobre o tema.

O que mais você gostaria de saber sobre este tema?